O que dificulta a venda também dificulta a compra

Se métricas são a forma mais fácil e concreta que as empresas de software têm para demonstrar o valor do software que vendem (lembrando que valor = resultado do uso do software), um poderia estar certo de que as empresas de software têm métricas rotineiramente coletadas, sim?

Se métricas são a engenharia reversa das funcionalidades e dos controles do software e a resposta para o desafio do propósito de cada um desses controles e funcionalidades (responda já: o que cada controle do seu software permite ou evita?), um poderia estar certo de que as empresas de software têm métricas rotineiramente coletadas, sim?

Não, não têm... E fica difícil comprovar para o cliente potencial o quanto ele hoje já está perdendo pela ineficiência dos seus processos e descontroles se métricas o vendedor de software não dispõe nem apresenta. Sem métricas, a ineficiência do descontrole não é quantificada.

Mais ainda, sem métricas, o preço do software é um número solto, incompreendido, alto, não importa que número seja. Sem métricas lado a lado, o preço do software é comparado não com o seu resultado de uso, mas com o preço de aparentes concorrentes - sejam eles concorrentes reais ou não.

Este quadro dificulta a venda do software.

Este quadro dificulta a compra do software.

Porque o comprador não vê o quanto já gasta em desperdício, não gasta o que precisa gastar para não mais recursos desperdiçar.

Porque as empresas de software não delegam esta responsabilidade de identificar e levantar métricas para uma área/pessoa específica, as empresas não organizam o que precisam organizar para não mais vendas desperdiçar.